sábado, 26 de outubro de 2013

Paulo Tapajós



Paulo Tapajós Gomes (Rio de Janeiro, 20 de outubro de 1913 — 29 de dezembro de 1990) foi um cantor, compositor, produtor e radialista brasileiro. Filho do escritor, jornalista e poeta Manoel Tapajós Gomes. Irmão do compositor e cantor Haroldo Tapajós.
Pai dos cantores e compositores Paulinho Tapajós, Maurício e da cantora Dorinha Tapajós.

Participou de diversos festivais de música pelo país. Por vários anos apresentou, produziu e dirigiu o programa radiofônico Domingo Musical, do Projeto Minerva - Rádio MEC. Em 1926, iniciou seus estudos de piano (com a professora Maria Siqueira) e violão. Estudou com Cecília Rudge e Riva Pasternack (canto) e com o Maestro Lourenzo Fernandes (música).


 
Em 1927 escreveu sua primeira música, a modinha Meu bem, que recebeu letra de seu pai, Manoel Tapajós Gomes. A canção foi editada na Casa Vieira Machado, embora não tenha sido registrada em disco.

O trio Irmãos Tapajós foi formado em 1927, com seus irmãos Haroldo e Osvaldo. Em 1928 estreou na rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Com a saída do irmão Osvaldo do trio. forma uma dupla com o irmão Haroldo, gravando Loura e Morena (Haroldo Tapajós/Vinícius de Moraes; Decadência de Pierrô (Lamartine Babo/Alcir Pires Vermelho); Eu Chorei e Noite Azul. Compôs com Vinicius de Moraes o fox-canção Canção da Noite.

Em 1932, com a desistência de Oswaldo, o trio transformou-se na dupla Irmãos Tapajós, gravando seu primeiro disco na Columbia com as canções Loura ou morena e Doce ilusão, ambas de Haroldo Tapajós e Vinicius de Moraes. Estas músicas marcam a estreia do poeta Vinicius de Moraes como letrista.



Ainda em 1932, Paulo Tapajós ingressou na Escola de Belas Artes, onde estudou desenho técnico, artístico e comercial.

Atuou como desenhista profissional do Departamento de Aeronáutica Civil e da Companhia Siderúrgica Nacional, entre 1936 e 1942.

Em 1942, com a dissolução da dupla Irmãos Tapajós, iniciou sua carreira solo, abandonando a profissão de desenhista para dedicar-se exclusivamente à música. Foi cantor, diretor e produtor de diversos programas da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, em 1942.

Três anos depois, criou e integrou o Trio Melodia, ao lado de Albertinho Fortuna e Nuno Roland. Criou e dirigiu a Turma do Sereno, conjunto brasileiro de serenata formado por Abel Ferreira (clarinete), João de Deus (flauta), Irani Pinto (violino), Sandoval Dias (clarone), Rubem Bergman (violão), Carlos Lentini (violão) e Waldemar de Melo (cavaquinho).

Como radialista, integrou a equipe do Departamento Artístico da Rádio Nacional, onde exerceu as funções de Assistente de Direção, Diretor de Broadcasting, Diretor de Programação e Diretor Musical. Saiu da rádio Nacional em 1946 e foi contratado pela rádio Tupi como diretor artístico.

Em 1946, transferiu-se para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro, como artista e diretor artístico. Dois anos depois retornou à Rádio Nacional, onde trabalhou até 1974. Nessa emissora, produziu os programas "Um milhão de melodias", "Turma do sereno", "Quando os maestros se encontram", "O assunto é música", "A pausa que refresca" e "Quando canta o Brasil".  



Em 1951 compôs o samba Morreu o Anacleto, junto com o compositor Donga. Em 1952, atuou como gerente da Gravadora Continental, desligando-se da função no ano seguinte. 

Em 1956 gravou o longplay (Lp), chamado Luar do Sertão.

Em 1958 organizou e dirigiu a série "Festivais de Música Popular Brasileira", com artistas e orquestra da Rádio Nacional, dirigida pelo Maestro Radamés Gnattali, em um total de 16 concertos realizados no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.


Ainda na década de 50, foi responsável pela produção, arranjos e regência da série de discos coloridos contendo cantigas de roda e histórias infantis lançados pela gravadora Carroussell, destacando-se O peixe vivo/Frei Martinho, Ciranda cirandinha/Meu limão, meu limoeiro, Teresinha de Jesus/Capelinha de melão, Onde está a margarida?/Nesta rua tem um bosque, O cravo brigou com a rosa/Eu fui no tororó, Pirulito que bate bate/Atirei um pau no gato, Feliz aniversário/Prenda minha, Marré marré/Passa passa gavião, Meu barco é veleiro/Senhora viúva, O pobre peregrino/Os escravos de Jó, A mão direita tem uma roseira/Pai Francisco, Carneirinho carneirão/Mulher rendeira, O gato de botas, O urso e o sabiá, Porque o galo canta, Zé Carrancudo, Na Bahia tem/Samba le-le, Garibaldi/Olha o boi, Chapeuzinho vermelho/O patinho feio, O boi barroso/Cachorrinho, Vamos maninha/Minha machadinha, Noite feliz/Feliz Natal, É natal (Jingle Bells)/Feliz ano novo, Pinheiro de Natal (O Tannenbaum)/Sapatinho na janela, A velha e o porco, Dorinha e seus sapatos de prata, O leão Golias, Lili/Sapo Cururu, O coelhinho/Marcha soldado, A canoa virou/Sinhá Aninha. A minha gatinha parda/Bela pastora, O meu boi morreu/Vem cá Bitu, A moda de tal anquinha/São João Dararão, A gaiola dourada, O casamento da raposa, Tinta Preta e Bola de Neve, Os três ursos, A raposa e a sacola, O macaco e o crocodilo, Caranguejo não é peixe/Rebola bola, Mais uma boneca/Você me chamou de feio, Vi sentada uma barata/Ai, eu entrei na roda, Roda pião/Pulga toca flauta, Oh, Suzana/O ba be bi bo bu, Passarás, não passarás/A linda rosa juvenil, Noite santa e Paulinho e a tuba. Ainda na área dos discos infantis, produziu para a gravadora Mirim Seguimos nosso guia/Você pode voar, Oh, mamãe/Porque o índio é assim, Ao clarão da lua (Au clair de la lune)/Ainda não comprei, Prenda minha/Senhora viúva, Atirei um pau no gato, São João Dararão, O peixe vivo/Garibaldi foi à missa, Rosa amarela/Eu choro, choro lá, Carneirinho carneirão/O cravo brigou com a rosa, Margarida vai à fonte/Escravos de Jó, Passa passa gavião/A mão direita tem uma roseira, O soldadinho de chumbo, O galo Luizinho, O pequeno carro de bombeiros, Newton, o bonde fora de moda, Trica e troca e O gato que queria viajar. Em alguns desses discos, participou também como cantor.
 
Dublou diversos desenhos para os estúdios Disney. Participou como cantor das primeiras dublagens de desenhos animados de Walt Disney, destacando-se "Pinóquio", em que interpreta a canção-tema do Grilo Falante (When you wish upon a star) Alice no país das maravilhas e Branca de Neve e os sete anões. 



Planejou e organizou emissoras de rádio no interior do Brasil, em Curitiba (Rádio Cruzeiro do Sul), Londrina (Rádio Paiquerê), Salvador (Rádio Cruzeiro) e Ribeirão Preto (Rádio Brasiliense). 

Formava a comissão executiva do I Festival Internacional da Canção - TV Rio, Rio de Janeiro, em 1966. Tendo ficado com o cargo de diretor artístico da emissora até 1970. Ainda nesse ano, passou a integrar o Conselho Superior de Música Popular Brasileira do Museu da Imagem e do Som (RJ). 

Em 1969 representou o Brasil no X Festival Internacional de la Canción realizado em Viña del Mar (Chile), na qualidade de juiz do Gran Juri Internacional, tendo sido eleito, por unanimidade, Presidente do Júri. Ainda nesse ano, representou o Brasil no Festival de Música de Budapest (Hungria), também como juiz. 



Em 1971 grava pela RCA Victor - Os saraus de Jacob - Jacob do Bandolim recebe o modinheiro Paulo Tapajós.

Em 1972 escreveu o capítulo "Música popular brasileira", para o livro "Brasil, uma história dinâmica" (2º volume), considerado um dos cinco melhores livros didáticos pela Unesco. No ano seguinte, foi admitido na Rádio Ministério da Educação e Cultura, tendo sido responsável pela produção dos programas "Histórias de engambelar", "Coisas da província", "MPB ao cair da tarde", "Antologia do choro" e "O assunto é Noel", além do programa "O nosso domingo musical", do Projeto Minerva, que permaneceu no ar até sua morte, em 1990.



Em 1975, colaborou na fundação da Associação Brasileira de Música Popular, exercendo as funções de vice-presidente (1975) e, em seguida, presidente (1976 a 1982). Ainda nesse ano, participou, como cantor, do programa "MPB-100, ao vivo", veiculado pelo Projeto Minerva, e gravado em LP.

Ainda como produtor de discos, foi responsável pelos LPs "Carlos Galhardo: Fascinação"
(EMI/Odeon), "40 anos da Rádio Nacional" (Philips), "A modinha" (Companhia Internacional de Seguros), "80 anos de música carioca" (companhia Nacional de Tecidos Nova América), "Garoto"
(Museu da Imagem e do Som), "Orlando Silva" (Museu da Imagem e do Som), "Terezinha de Jesus" (Funarte) E "Rosaly" (Funarte), entre outros. Exerceu a função de vice-presidente social do Fluminense Futebol Clube, tendo sido benemérito, proprietário e membro vitalício de seu Conselho Deliberativo. 


 
Em 1978 participou do espetáculo "Do chorinho ao samba". 
 
Na década de 80 fez parte do júri de diversos festivais de música como "X Califórnia Canção Nativa do Rio Grande do Sul" (Uruguaiana, RS), "Comunica-Som" (Goiânia, GO) e "Seara da Canção Gaúcha" (Carazinho, RS), entre diversos outros. 


 
Em 1986 produziu um LP gravado pelos seresteiros da cidade de Conservatória. Dois anos depois, a Collector's Editora Ltda. lançou o LP "Paulo Tapajós", vol. XV da série "Os ídolos do rádio", contendo uma coletânea de suas gravações. No disco, o cantor interpreta seis músicas acompanhado por Pixinguinha e o Regional de Benedito Lacerda e outras seis com a Orquestra da Rádio Nacional ou a Turma do Sereno (seis cantadas na Tupi e seis na Rádio Nacional), destacando-se Melodia do meu bairro, samba de Dorival Caymmi, entre outras. 
 

Fez parte do Conselho de Música Popular, do Conselho de Rádio do Museu da Imagem e do Som e da Associação Brasileira de Propaganda. Ocupou a cadeira de Roquette Pinto como membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro. Foi sócio fundador e secretário geral da Academia Brasileira de Música Popular, ocupando a cadeira de Eduardo das Neves. 
 
Ao longo de sua vida, foi um estudioso da música popular brasileira. Acumulou um acervo de documentos, partituras, discos, livros, revistas, recortes, impressos e alguns manuscritos originais, em viagens realizadas por todo o Brasil, que até hoje vem sendo consultado por gravadoras, editoras, emissoras de rádio e televisão, jornais e revistas, além de profissionais do meio artístico e do meio acadêmico. 
 

Foi contemplado com inúmeros diplomas, títulos, troféus e medalhas, como a Medalha de Prata do Centro Brasileiro de Rádio Educativo (pelos 55 anos de Rádio sem interrupção no microfone) e a Placa de Prata (pelos 62 anos de inestimáveis serviços em prol da preservação e divulgação da Música Popular Brasileira), conferida pelo Centro Austragésilo de Athayde, entre outras. Recebeu várias homenagens póstumas como as conferidas pela Rádio Nacional, Rádio MEC, Instituto Histórico e Geográfico (RJ), Assembleia Legislativa de São Paulo, União Brasileira de Compositores, Associação Brasileira de Imprensa, Museu da Imagem e do Som e Fluminense Futebol Clube, entre outras.

Conservatória, cidade de seresteiros localizada no Rio de Janeiro, pela qual o cantor e pesquisador se apaixonou e para onde costumava viajar nos finais de semana, realizou várias homenagens à sua memória, como a inauguração do edifício Solar Paulo Tapajós, do monumento Paulo Tapajós (Hotel Pousada), do Restaurante Tapajós, do Auditório Paulo Tapajós (UBS) e do Salão Nobre de Convenções Paulo Tapajós (Hotel Vilarejo). Em 20 de outubro de 2001, data em que o cantor e compositor faria 88 anos, foi inaugurada, no Rio de Janeiro, a Avenida Paulo Tapajós (antiga Avenida AW) na Praia da Macumba, no Recreio dos Bandeirantes.


 
No dia seguinte, em emocionado depoimento, sua viúva recordou algumas passagens de sua vida durante homenagem prestada à sua memória pelo Espaço Cultural Toca do Vinícius, que também homenageava Vinícius de Moraes, cuja data de nascimento era 19 de outubro de 1913. Os dois parceiros tinham, portanto, apenas um dia de diferença de idade.
 
 

FONTE

http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Tapaj%C3%B3s

http://www.collectors.com.br/CS06/cs06p01b.shtml

Um comentário:

Carlos Augusto disse...

Você sabe qual é a origem familiar do pai de Paulo Tapajós? Ele é indígena? Onde nasceu?