domingo, 29 de julho de 2012

Airto Moreira


Vivendo nos EUA desde 1967, Airto Moreira desenvolve trabalhos ligados a world music e é professor de Etnomusicologia na UCLA. Atua também como produtor e educador em diversos países. Reconhecido por produtores e maestros como o percussionista mais popular do mundo, é inegável a sua contribuição para o desenvolvimento e manutenção do alto nível da chamada worldmusic. Entre os artistas de renome mundial, com quem ele já se apresentou e gravou, estão Antonio Carlos Jobim, Miles Davis, Chick Corea, Wayne Shorter, Herbie Hancock, Stanley Clarke, Carlos Santana, Gil Evans, Gato Barbieri, Paul Simon, Quincy Jones, entre outros.

Airto Moreira nasceu, em 1941, em Itaiópolis – interior de Santa Catarina –, e viveu seus primeiros anos em Curitiba. Antes mesmo de literalmente andar com as suas próprias pernas já batucava no chão cada vez que ouvia no rádio uma música ritmada. Se isso preocupava a sua mãe, o mesmo não acontecia com a sua avó que reconheceu o seu potencial e o encorajou-o a se expressar musicalmente.
Aos seis anos de idade, já recebia elogios pelo seu modo de cantar e tocar percussão. Em seguida, a emissora de rádio local lhe deu um programa que ia ao ar todas as tardes de sábado. Aos treze anos tornou-se músico profissional tocando percussão, bateria e cantando em bandas de baile. Aos dezesseis anos mudou-se para São Paulo, passando a apresentar-se regularmente em casas noturnas e programas de televisão como percussionista, baterista e cantor.
Em 1965, no Rio de Janeiro, conheceu a cantora Flora Purim. Flora foi para os Estados Unidos, em 1967, e, logo depois, Airto a seguiu. Uma vez em Nova Iorque, começou a tocar com músicos importantes como Reggie Workman, JJ Johnson, Cedar Walton e o baixista Walter Booker. Foi através de Booker que começou a tocar com Cannonball Adderley, Lee Morgan, Paul Desmond e Joe Zawignul. Em 1970, Zawignul indicou Airto para uma sessão de gravação com Miles Davis, para o álbum “Bitches Brew”. Depois disso, Davis convidou-o, junto com Hermeto Pascoal, para juntar-se ao seu grupo que, na época era composto por alguns ícones do jazz como Wayne Shorter, Dave Holland, Jack De Johnette, Chick Corea e, mais tarde, John McLaughlin e Keith Jarrett. Airto integrou a grupo de Miles Davis por dois anos aparecendo em “Live/Evil”, “Live at the Fillmore”, “On the Corner”, “The Isle of Wight”, “Bitches Brew” e, mais tarde, nas apresentações de Fillmore.
Airto foi convidado para integrar a formação original do Weather Report com Wayne Shorter, Joe Zavignul, Miroslav Vitous e Alphonse Mouzon, tendo gravado com eles o álbum “The Weather Report”. Logo em seguida juntou-se ao grupo original Return to Forever de Chick Corea com Flora Purim, Joe Farell e Stanley Clarke com o qual gravou os álbuns: “Return to Forever” e “Light as a Feather”. Em 1974 formou, com Flora Purim, a sua primeira banda nos Estados Unidos: Fingers.
Ficou conhecido nos os anos 70 e 80, como um dos percussionistas mais populares do mundo. Seu domínio sobre os instrumentos, aliado à sua habilidade em tirar o som certo no momento exato, fez dele o número um na lista dos produtores e bandleaders. Seu trabalho com Quincy Jones, Herbie Hancock, George Duke e Paul Simon, Carlos Santana, Gil Evans, Gato Barbieri, Michael Brecker, The Crusaders, Chicago e muitos outros, incluindo a participação em trilhas sonoras para o cinema, como em “The Exorcist”, “Last Tango in Paris”, “King of the Gypsies” e “Apocalypse Now”, representa só uma pequena parte da contribuição de Airto para a música nas últimas três décadas.
O impacto do seu trabalho levou a revista Downbeat a considerar a categoria ‘percussão’ na votação dos seus leitores e críticos, na qual Airto foi o vencedor absoluto por mais de vinte vezes, desde 1973. Nos últimos anos, foi considerado o percussionista número um pela Jazz Time, Modern Drummer, Drum Magazine, Jazzizz Magazine, Jazz Central Station’s Global Jazz Pool na Internet, do mesmo modo que por várias publicações Européias, Latino-Americanas e Asiáticas. Airto vem promovendo a causa da música percussiva em todo o mundo como membro do “Planet Drum Percussion Ensemble”, junto com Mickey Hart, baterista do “The Grateful Dead”, que inclui também o grande especialista em conga Giovanni Hidalgo e o virtuoso tablista Zakir Hussein, do mesmo modo que Flora Purim, Babatunde Olatunji, Sikiru e Viku Vinakrian, com o qual receberam o Grammy em 1991, na categoria ‘World Music’. O instrumentista contribuiu ainda para o Grammy recebido pela Dizzy Gillespie’s United Nations Orchestra na categoria ‘melhor álbum de jazz ao vivo’. Também compôs e tocou a sua “Brazilian Spiritual Mass” em um especial de duas horas para a TV Alemã, com a WDR Philharmonic Orchestra em Colônia. Essa rara performance foi registrada em vinil para o selo Harmonia Mundi e licenciada em vídeo distribuído em todo o mundo. Mais recentemente, foi músico convidado da Boston Pops Philharmonic Orchestra em especial para a PSB TV e também com o Smashing Pumpkins no “Unplugged” da MTV, com o grupo japonês de percussão Kodo e no último CD “Exciter” do grupo Depeche Mode.
Seu disco “Killer Bees” para o selo Melt2000, que tem como convidados Herbie Hancock, Stanley Clarke, Chick Corea, Mark Egan e Hiram Bullock, foi um dos álbuns mais aclamados pela crítica no mercado europeu. Seu disco solo “Homeless”, lançado em 2000, é considerado um álbum de alta energia com ritmos tribais e continua balançando o chão das casas de dança em todo o mundo. Outros lançamentos nesse selo incluem o grupo Fourth World com José Neto e Flora Purim. Sua canção ‘Celebration Suite’ foi re-mixada no ano passado pelo grupo DJ Bellini Brothers e recebeu o título ‘Samba de Janeiro’ Essa faixa permanece em primeiro lugar na categoria “dance music” em 26 países da Europa, Ásia e América Latina.
Em 2000, foi mais uma vez votado como o percussionista número um pelos leitores da Downbeat Magazine. Airto acaba de gravar um álbum com o grupo japonês de percussão Kodo, no qual foram incluídas duas de suas composições: ‘Maracatu’ e ‘Berimbau Jam’. ‘Maracatu’ foi escolhida por ser uma das músicas oficiais da copa do Mundo de 2002 e serviu como tema da cerimônia de abertura do evento no Japão. Como professor no Departamento de Etnomusicologia da UCLA, vem abrindo novos horizontes em termos de conceitos musicais e energia criativa. Divide o seu tempo entre as gravações em estúdios, workshops e shows, criando novos projetos incluindo DVD Surrond Sound , bem como pesquisando novos materiais para futuras performances nos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina. fonte http://www.ejazz.com.br/detalhes-artistas.asp?cd=263

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