sábado, 3 de março de 2012

Mara Silva (Isabel Gomes da Silva)


Mara Silva (Isabel Gomes da Silva), cantora e compositora, nasceu em 28/6/1930, na cidade de Campos/RJ e iniciou a sua carreira artística no Rádio aos cinco anos de idade.

Cantou muito tempo na noite carioca, começando a se destacar no programa "Samba e outras coisas" apresentado por Henrique Batista na Rádio Mayrink Veiga. Fez sua primeira gravação em 1953, pela Todamérica interpretando os sambas Negro fim, de Alberto Jesus e Osvaldo Barcelos, e Recalque, de Paulo Marques e Ailce Chaves.


Em 1955, gravou um único disco pela gravadora pernambucana Mocambo interpretando os sambas Trombada de trem, de Raul Longras e Monsueto, e Peço a Deus (Fala Pedro), de Silva, Marques e Nunes.

Assinou contrato com a gravadora Continental em 1956, e em seu primeiro disco nessa gravadora registrou, com acompanhamento de conjunto regional, o choro-canção Soçaite do morro, de Mário Terezópolis e Roberto Reis, e o choro Velho borocochô, de Pedro Rogério e Lombardi Filho. Em seguida, gravou o samba Estatutos domésticos, de Ricardo Galeno, e o choro Que vizinha, de Carioca.


Para o carnaval de 1957, gravou a marcha Lanterna na mão, de Arnô Provenzano, Otolindo Lopes e Oldemar Magalhães, e o samba De qualquer cor, de Jorge Faraj e J. Espírito Santo.

Ainda em 1957, foi contratada pela RGE e gravou, com acompanhamento da Orquestra RGE, o samba Pano legal, de Billy Blanco, e o fox Janela indiscreta, de Geraldo Serafim e Newton Castro.

Pano legal (1956) - Billy Blanco

Certo dia, fui a favela,
A um samba diferente,
Entre a gente da gravata
e do *plastrom, ai, ai,
Bebida servida em taça,
Champanha em vez de cachaça,
Mesmo assim, o samba lá é bom.

Certo dia, fui a favela,
A um samba diferente,
Entre a gente da gravata
e do plastrom, ai, ai,
Bebida servida em taça,
Champanha em vez de cachaça,
Mesmo assim, o samba lá é bom.

Eu vi uma grã-fina, rebolando, sambado,
Não sabia que as distintas eram assim,
Se eu soubesse também,
como era o ambiente, decente,
Jogava um pano legal, por cima de mim.

Eu vi uma grã-fina, rebolando, sambado,
Não sabia que as distintas eram assim,
Se eu soubesse também,
como era o ambiente, decente,
Jogava um pano legal, por cima de mim....

*(plastrom é uma gravata presa por baixo do colarinho e sem o nó tradicional, ela é geralmente branca, prata ou dourada e adornada por uma pérola ou cristal).

Em seguida, também com a orquestra RGE, gravou o samba Lenço branco, de Geraldo Serafim e Guilherme de Brito, e o rock Sou o tal, de Murilo Vieira, Edel Ney e O. Vargas.

Para o carnaval de 1958, registrou a Marcha do pião, de Nássara, Wilson Batista e Jorge de Castro, e o samba Cadê Isabel, de Erasmo Silva e José Batista. No mesmo ano, gravou a marcha Careca não é velhice, de S. Gomes, Júlio Leiloeiro e J. Gonçalves, e o samba Meu amor voltou, de Erasmo Silva e Geraldo Serafim.

Ainda em 1958, participou de duas coletâneas lançadas pela RGE com diversos artistas. No LP Na gafieira é Assim interpretou os sambas Pano legal, de Billy Blanco, e Falso bailarino, de Alcebíades Nogueira e Cristóvão de Alencar. O outro LP foi Praça Onze não morreu no qual cantou a Marcha do pião, de Wilson Batista, Jorge de Castro e Antônio Nássara, acompanhada pela Orquestra e Coro RGE, e o samba Cadê Isabel, de José Batista e Erasmo Silva, acompanhada pela bateria da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro.

Em 1959, transferiu-se para a gravadora Copacabana e lançou para o carnaval do ano seguinte os sambas Minha palhoça, de J. Cascata, e Bardot e Lolô, de Marília Batista e Henrique Batista.

Todas as delícias da vida campestre - o pomar, o riachão, a passarada, a fonte ao pé do monte - são aqui oferecidas à mulher amada, para ela trocar a cidade pelo sertão. Mas, por via das dúvidas, o convite é reforçado com a promessa de alguns bens da civilização - um rádio, uma Kodak... - pois, afinal, conforto nunca faz mal a ninguém.

Seguindo a linha "rancho-fundo", tão em moda na época, "Minha Palhoça" consagrou-se como um dos melhores sambas do gênero, enriquecendo simultaneamente o repertório de dois cantores: Luís Barbosa, que o popularizou no rádio, e Sílvio Caldas, que a gravou. Curiosa a história de Luís Barbosa. Considerado por muitos o grande sambista de sua geração, teve a carreira quase restrita ao rádio, gravando somente 21 discos.

Minha Palhoça (samba, 1935) - J. Cascata - Interpretação: Sílvio Caldas


Nessa mesma época, gravou o samba Acabei de sofrer, de Cláudio Silva, e a marcha Eu gozo ocês, de Sebastião Gomes e Rubens Machado.

Em 1960, gravou o rock O roque errou, de sua autoria e Ari Monteiro, os sambas Sai do meu caminho, parceria sua com Armando Nunes, e Colher de chá, de Renato Ferreira, Ivan Ferreira e Homero Ferreira, e a marcha Não sou balança, de Paquito e Romeu Gentil. Dois anos depois, regravou o samba Tudo cabe num beijo, de Carolina Cardoso de Meneses e Osvaldo Santiago, e o bolero Desesperadamente, de Gabriel Ruiz e Jorge Ronaldo.

Ainda em 1962, lançou o LP Sucessos em Teleco-teco no qual interpretou músicas como Tudo cabe num beijo, Frio em minh'alma, Alguém me disse, Desesperadamente, Rosa de maio, Pecado, Vereda tropical, Quando o tempo passar, História de um amor, Não digo o nome, Tão somente uma vez, e Tarde fria.

Tudo cabe num beijo (fox-canção, 1938) - interprete Marilene Cairo


Em 1963, lançou o bolero A vida fez-me assim, sua e de Armando Nunes, e o samba Chora que passa, de Alcina Maria e Osmar Navarro.

Em 1964, participou da coletânea Tudo de mim - Poemas e canção de Jair Amorim que a gravadora Copacabana lançou em homenagem ao compositor Jair Amorim, interpretando o bolero Alguém me disse.


Gravou mais de quinze discos entre 78 rpm e Lps pelas gravadoras RGE, Copacabana, Todamérica, Continental e Mocambo, além de fazer apresentações em programas de rádio em emissoras como a Rádio Nacional e Rádio Mayrink Veiga.

Obra

A vida fez-me assim (c/ Armando Nunes), O roque errou (c/ Ari Monteiro), Sai do meu caminho (c/ Armando Nunes).

Discografia

(1963) A vida fez-me assim / Chora que passa • Copacabana • 78; (1962) Tudo cabe num beijo / Desesperadamente • Copacabana • 78; (1962) Sucessos em Teleco-teco • Copacabana • LP; (1960) O roque errou / Sai do meu caminho • Copacabana • 78; (1960) Colher de chá / Não sou balança • Copacabana • 78; (1959) Acabei de sofrer / Eu gozo ocês • Copacabana • 78; (1959) Minha palhoça / Bardot e Lolô • Copacabana • 78; (1958) Marcha do pião / Cadê Isabel • RGE • 78; (1958) Careca não é velhice / Meu amor voltou • RGE • 78; (1957) Lanterna na mão / De qualquer cor • Continental • 78; (1957) Pano legal / Janela indiscreta • RGE • 78; (1957) Lenço branco / Sou o tal • RGE • 78; (1956) Soçaite do morro / Velho borocochô • Continental • 78; (1956) Estatutos domésticos / Que vizinha • Continental • 78; (1955) Trombada de trem / Peço a Deus (Fala Pedro) • Mocambo • 78; (1953) Negro fim / Recalque • Todamérica • 78.

FONTE:

cifrantiga2

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