sábado, 9 de julho de 2011

Rafael Rabello


Rafael Baptista Rabello (Petrópolis, 31 de outubro 1962 — 27 de abril 1995) foi um violonista e compositor brasileiro, principalmente ligado ao chorinho.



Ele participou de concertos e gravações com famosos musicos brasileiros, tais como Tom Jobim, Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Jacques Morelenbaum e Paulo Moura, João Bosco e também instrumentistas internacionais, como por exemplo Paco de Lucia.




Raphael Rabello nasceu em uma família musical: sua irmã Luciana Rabello se tornou conhecida com o seu cavaquinho, e seu primeiro professor de violão foi um irmão mais velho. Ele também tomou lições de violão com Jaime Florence (o famoso "Meyra", que também deu aulas à Baden Powell nos anos 1940). Ele passou a tocar o violão de sete cordas influenciado por Dino 7 Cordas. Ele já tocava profissionalmente em sua adolescência; sua primeira aparição como coadjuvante foi aos 14 anos, em uma gravação de choro pelo violonista clássico Turibio Santos.



Raphael teve aulas com o violonista Dino 7 Cordas, com quem gravou um álbum em 1991. Raphael, por um tempo, dedicou-se somente ao violão de sete cordas, chegando, inclusive, a adotar o nome "Raphael 7 Cordas" (o mesmo nome de seu primeiro álbum). No início dos anos 1980, ele participou como instrumentista em famosas gravações de samba como por exemplo: "Minha Missão", de João Nogueira. Ele desenvolveu um ritmo de samba para violão que é reproduzido por diversos violonistas de hoje em dia. Ele não tem limitações. Técnica, velocidade, bom gosto harmônico, um artista completo.
– Dino 7 Cordas sobre Raphael



Raphael Rabello começou a declinar por conta de um acidente de carro que o obrigou a receber uma transfusão de sangue onde foi contaminado com o vírus da Aids. No desespero da situação, recorreu às drogas, em especial à anfetamina, com a pressa de sempre melhorar para conseguir escrever uma carreira mundo afora.

Em 1994 Raphael Rabello deixou o Brasil, já com problemas com as drogas. Foi para os Estados Unidos com a perspectiva de expansão de sua carreira profissional. Chegando lá começou a lecionar em uma universidade de música em Los Angeles. Paralelamente começou a libertar-se das drogas. Mais tarde, porém, Raphael precisou voltar ao Brasil para breve trabalho aprovado pela Fundação Cultural Banco do Brasil: A realização de um disco resgatando a obra do compositor Capiba.
Já no Rio de Janeiro,como não mais residia na cidade, Raphael acabou se hospedando no Sheraton, em São Conrado e não na casa da família, como combinado anteriormente. Sendo assim, foi envolvido pelo "exército das drogas" que acabou levando Raphael de volta para esse trágico mundo. Sua suíte era caótica. Transformou-se em um ambiente de decadência.

Em 1995 Raphael foi internado para tratamento de desintoxicação onde morreu um dia depois de ter sido avaliado pelo médicos como "ótimo". Depois disso, surgiram versões diversas sobre sua morte. Aids, overdose e suicídio. Nenhuma verdadeira. A Aids, por exemplo, não chegou a se desenvolver nele.

Raphael Rabello morreu de Apnéia, uma morte sorrateira, que acontece durante o sono. Distúrbio que, inclusive, é de família.

Rabello teve 2 CD's gravados em sua homenagem e uma escola nomeada com seu nome. O último trabalho feito em sua homenagem, era o que ele se encontrava produzindo antes de sua morte: Um tributo à Lourenço da Fonseca Barbosa, conhecido por "Capiba" (1904–1997). Ele foi um dos arranjadores, também creditado como produtor, tocou grande parte do violão do disco e mesmo, cantou uma das canções. A lista de cantores convidados é realmente impressionante: Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gal Costa, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Alceu Valença, João Bosco, e Ney Matogrosso.



Alguns violonistas manifestaram suas opiniões sobre Raphael Rabello:

A música e o seu estilo único de tocar o violão fazem falta, apesar de termos admiráveis “sucessores” como o Yamandú Costa e o Alessandro Penezzi, dois monstros mas o Raphael tinha um estilo diferente, ele conseguia transitar por mundos diferentes dentro da música e não ficava preso ao mundo do violão instrumental, ele fazia parcerias fantásticas com grandes vozes da música brasileira." — Andreas Kisser, Sepultura

O melhor violonista que eu já ouvi em anos. Ele ultrapassou as limitações técnicas do violão, e sua música vinha progressivamente de sua alma, diretamente para os corações de quem o admirava. – Paco de Lucia

"Raphael Rabello foi simplesmente um dos maiores violonistas que já existiu. Seu nível de introspecção no potencial do instrumento só foi alcançado, talvez, pelo grande Paco de Lucia. Ele foi ‘o’ Violonista Brasileiro de nosso tempo, na minha opinião. Sua morte, em uma idade ainda tão jovem é uma perda incrivelmente dolorosa, não apenas pelo que ele já tinha feito, e sim pelo que ele poderia vir a fazer." — Pat Metheny



Raphael Rabello foi um dos mais notáveis violonistas de todos os tempos. A sua "pegada" era muito expressiva e confiante, com interpretações vibrantes e técnica exuberante. A contribuição dele foi essencial, deixando uma das mais ricas e memoráveis páginas na história do violão brasileiro." — Marco Pereira

Se o violão tem se estabelecido mais uma vez como a principal voz instrumenal da música moderna brasileira, muito do crédito pode ser dado a Raphael Rabello…" — Mark Holston, Guitar Player Magazine

"Ele foi um incrível violonista. Eu nunca vi igual… ele foi único." — Francis Hime, Guitar Player Magazine

"Esse é um dos melhores violonistas que eu já ouvi." — Lee Ritenour, JazzTimes Magazine

"Raphael era um amigo muito próximo. Quando eu o conheci, eu fiquei impressionada com o seu talento. Eu estava estonteada pela sua genialidade." — Gal Costa


  • Discografia
Mestre Capiba (2002) (Lançamento póstumo)
Amélia Rabelo & Raphael Rabello (2001) (Lançamento póstumo)
Raphael Rabello & Armandinho em Concerto (1997)
Brasil Musical - Série Música Viva - Armandinho E Raphael Rabello (1996)
Relendo Dilermando Reis (1994)
Cry, My Guitar (Gravado em 1994, lançado postumamente)
Delicatesse - Raphael Rabello e Déo Rian (1993)
Dois Irmãos - Raphael Rabello e Paulo Moura (1992)
Todos os Tons - Raphael Rabello (1992)
Shades of Rio - Romero Lumambo e Raphael Rabello (1992)
Todo o Sentimento - Raphael Rabello e Elizeth Cardoso (1991)
Raphael Rabello e Dino 7 Cordas (1991)
À Flor Da Pele - Ney Matogrosso e Raphael Rabello (1990)
Nelson Goncalves & Raphael Rabello - Ao Vivo(1989)
Raphael Rabello (1988)
Raphael Rabello Interpreta Radamés Gnattali (1987)
Raphael 7 Cordas (1982)
Tributo a Garoto - Radamés Gnattali e Raphael Rabello (1982)
Os Carioquinhas no Choro (1977)



FONTE

WIKIPÉDIA

Um comentário:

universo disse...

Será que Sylvia Massari tem medo de morrer?