quinta-feira, 19 de maio de 2011

Rogério Caetano


O avô materno de Rogério Caetano tocava pé-de-bode (sanfona de oito baixos). O avô paterno era violeiro da cidade de Goiás, “catireiro” - termo relativo à catira ou cateretê, dança rural comum em Goiás, Minas Gerais e Sul do Brasil.  Os pais, apesar de não tocarem nenhum instrumento, “sempre tiveram uma ligação muito grande com a música”.

Não demorou para os pais perceberem a aptidão especial para a música quando, com menos de cinco anos de idade, Rogério começou a “tirar umas músicas de ouvido no violão lá de casa. Como o violão era muito grande para mim, meu pai falou que ia me dar um ‘violãozinho’ e comprou um cavaquinho. Foi meu primeiro instrumento”.

O primeiro professor foi Enéias Áquila, “grande músico de Goiânia, cavaquinista e baterista, mestre de muita gente de lá. Eu era muito novinho. Tinha seis anos de idade. Só lembro que tirava as músicas de ouvido, mostrava pro meu professor e ele resolvia as minhas dúvidas."

De tudo o que Rogério Caetano aprendeu ficou a certeza: “Além do treinamento do ouvido, de tirar as músicas sozinho, fator importantíssimo na minha carreira, o que mais valeu para mim foi a convivência com o choro e o samba, dois gêneros brasileiros que se tornaram minha principal referência na música”.

Houve alguém decisivo em sua formação musical: Nonato Mendes, baixista. “Ele abriu minha cabeça, tirou vários mitos, me mostrou outras informações da música mundial, de maneira geral. Ele foi decisivo na minha formação e na minha maneira atual de tocar e de enxergar a música.”

Rogério foi autodidata apenas no início.

Aprendi a tocar violão de sete cordas sozinho, tirando as gravações de grandes como Dino Sete Cordas, Raphael Rabello e Valdir Silva. Eu tocava tudo intuitivamente, sem muita consciência. Só depois fui estudar harmonia, entender o que eu tocava. Tive acesso a informações características do jazz, de samba e choro, e desenvolvi minha própria maneira de tocar violão de sete cordas. Com a fusão de todos esses elementos, consegui desenvolver uma maneira de tocar. Isso foi sozinho, eu não sei explicar.”

Entre os músicos que Rogério Caetano considera os mais importantes para sua formação estão Nonato Mendes e outros mestres que lhe apresentaram o universo da música brasileira:

O maestro Geraldo Amaral, que me ensinou leitura musical; Alencar 7 Cordas, que foi meu professor de harmonia; Fernando César e Hamilton de Holanda, grandes irmãos com quem aprendi muito tocando no grupo Dois de Ouro (1998-2002); e Daniel Santiago – ele, o Hamilton de Holanda e eu formamos o Brasília Brasil (n.e.: trio que se apresentou em várias capitais brasileiras e, também, nos Estados Unidos e Europa, em 2003; tem um disco – “Brasília Brasil – Abre Alas” [Caravelas, CD/2001]). Com eles aprendi a ter maturidade tocando, a me comportar como artista nas gravações, em shows, nos ensaios... Eles são grandes irmãos”.

Rogério Caetano é considerado pelos críticos, músicos e pelo público um virtuose do violão de 7 cordas, por ter desenvolvido uma nova escola desse instrumento. Trilhando seu caminho musical desde os 6 anos de idade, tendo o choro e o samba como suas principais referências, já alcançou lugar de destaque ao lado dos grandes do violão brasileiro.


Em seu novo trabalho, intitulado "Rogério Caetano" (Fubá Music, 2009), ele interpreta apenas composições próprias. O novo álbum vem recebendo ótimas críticas. Rogério tem ainda dois CDs gravados: "Abre Alas" (Caravelas, 2001), com o grupo Brasília Brasil, e "Pintando o Sete" (Rob Digital, 2006), indicado ao Prêmio TIM de Música Brasileira. Fez também trabalhos em duo com Yamandú Costa, Marco Pereira, Leandro Braga e Luís Barcelos.

Nascido em Goiânia (GO), em 1977, Rogério Caetano e mudou-se para Brasília em 1995 e se tornou assíduo participante do Clube do Choro de Brasília, apresentando-se ao lado de mestres como Sivuca, Hermeto Pascoal, Altamiro Carrilho e Carlos Poyares. Integrou o grupo Dois de Ouro entre 1998 e 2002, e participou do grupo Brasília Brasil, em parceria com Hamilton de Holanda e Daniel Santiago. Formou-se no curso de Bacharelado em Composição Musical na Universidade de Brasília em 2004.

Rogério Caetano vem realizando shows por todo Brasil e exterior, difundindo sua maneira de tocar o violão 7 cordas. Como solista, foi semifinalista do "Prêmio Visa da Música Brasileira - 2001", ao lado do violonista Daniel Santiago. Fez parte do projeto "Sete cordas: um violão brasileiro", no CCBB de São Paulo, em 2003.




Em 2005 participou do CD, DVD e do livro "Violões do Brasil", gravou o DVD e realizou turnê pela Europa do projeto "Música do Brasil", com Yamandú Costa, Armandinho Macedo, Robertinho Silva, Thiago do Espírito Santo e Edu Ribeiro.

Em 2006 e 2007 realizou shows de lançamento do CD Pintando o Sete em várias cidades brasileiras.

Em 2008 participou do projeto "Sons da Música Brasileira - fascículo Violão". Este ano gravou o CD "Na Cabeça" (Biscoito Fino, 2009), de Marcos Sacramento, com Luis Flávio Alcôfra e Zé Paulo Becker , e realizou turnê pela Europa e Brasil. Participou ainda como solista do Festival de Cordas, realizado no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, que reuniu os principais violonistas do país.



Rogério já ministrou workshops em vários festivais de música, como a Oficina de Música de Curitiba e o Festival de Música de Domingos Martins. Atualmente está escrevendo, junto com Marco Pereira, um livro sobre o violão de 7 cordas brasileiro, em que aborda sua técnica e seu estilo de tocar.

Rogério Caetano é um dos músicos mais atuantes no mercado fonográfico brasileiro. Destacam-se suas gravações com Zeca Pagodinho (vários CDs e DVD Gafieira), Ivan Lins, Nana Caymmi, Maria Bethânia, Dudu Nobre, Fundo de Quintal, Martinho da Vila, Monarco, Lenine, Vanessa da Mata (CD e DVD) em Parati, projeto Samba Social Clube (CD´s e DVD´s), entre vários outros. Ele já atuou ao lado de artistas como Leila Pinheiro, Ney Matogrosso, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara, Monarco, Joel Nascimento, John Paul Jones, entre outros.



O CD Rogério Caetano traz 11 composições próprias, soladas ao violão de sete cordas. Conta ainda com a participação de Hamilton de Holanda (bandolim 10 cordas), na música intitulada Brasília, Eduardo Neves (flauta) em Meu Mundo e Leandro Braga (piano) em Intuitiva. A produção musical e executiva é do próprio Rogério Caetano. O CD foi gravado, mixado e masterizado por Daniel Musy.

O projeto gráfico é da Cuca Design e as fotos são de Ivaldo Cavalcanti e Carol de Hollanda. Marco Pereira assina o texto de apresentação, em que constata: "Se seu primeiro disco, Pintando Sete, é uma tese revolucionária sobre o violão de 7 cordas no acompanhamento instrumental, este novo CD o mostra como um solista maduro e um compositor criativo."



FONTE

CLUBE DO CHORO

MÚSICOS DO BRASIL

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