segunda-feira, 9 de maio de 2011

Chiquinha Gonzaga


Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga, (Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1847 — Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1935) foi uma compositora, pianista e regente brasileira.

Foi a primeira chorona, primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca (Ô Abre Alas, 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. No Passeio Público, há uma herma em sua homenagem, obra do escultor Honório Peçanha.



Filha de um general do Exército Imperial e de uma mãe humilde e mulata, Chiquinha Gonzaga foi educada numa família de pretensões aristocráticas (seu padrinho era o Duque de Caxias). Fez seus estudos normais com o Cônego Trindade e musicais com o Maestro Lobo. Desde cedo frequentava rodas de lundu, umbigada e outras músicas populares típicas dos escravos.

Aos 11 anos, inicia sua carreira de compositora com uma música natalina, Canção dos Pastores. Aos 16 anos, por imposição da família, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Imperial. Não suportando a reclusão do navio onde o marido servia e as ordens para que não se envolvesse com a música, Chiquinha separou-se.



Consegue, finalmente, abandoná-lo, levando consigo o filho mais velho, João Gualberto. Após a separação, envolveu-se em 1867 com o engenheiro João Batista, mas acaba por não aceitar suas aventuras extraconjugais. Separa-se e passa a viver como musicista independente, tocando piano em lojas de instrumentos musicais.

Deu aulas de piano para sustentar o filho e obteve grande sucesso, tornando-se também compositora de polcas, valsas, tangos e cançonetas. Ao mesmo tempo, uniu-se a um grupo de músicos de choro, que incluía ainda o compositor Joaquim Antônio da Silva Calado, apresentando-se em festas.

Chiquinha conheceu João Batista Fernandes Lage, por quem se apaixonou. Na época, tinha 52 anos e João Batista 16, o que fez com que ela o adotasse como filho para viver esse grande amor. Suas filhas, Maria do Patrocínio e Alice Maria, entraram na justiça para provar que João não era filho legítimo, mas não levaram a causa adiante. Chiquinha morreu ao lado de João Batista, em 1935, quando começava Carnaval.

A necessidade de adaptar o som do piano ao gosto popular valeu a Chiquinha Gonzaga a glória de tornar-se a primeira compositora popular do Brasil.

O sucesso começou em 1877, com a polca 'Atraente'.


A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, resolveu lançar-se no teatro de variedades e revista. Estreou compondo a trilha da opereta de costumes "A Corte na Roça", de [1885].

Em 1911, estreia seu maior sucesso no teatro: a opereta Forrobodó, que chegou a 1500 apresentações seguidas após a estreia - até hoje o maior desempenho de uma peça deste gênero no Brasil.

Em1934, aos87 anos, escreveu sua última composição, a partitura da peça "Maria". Foi criadora da célebre partitura da opereta "A Jurity", de Viriato Correia.

Viaja pela Europa entre 1902 e 1910, tornando-se especialmente conhecida em Portugal, onde, escreve músicas para diversos autores. Chiquinha participou ainda, ativamente, da campanha abolicionista e da campanha republicana, e foi fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.

Ao todo, compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de cerca de duas mil composições. em gêneros variados: valsas, polcas, tangos, lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas.


CURIOSIDADES

O Circuito BNDES de Música Brasilis iniciou no dia 26/04, uma série de shows que pretendem resgatar obras de renomados compositores brasileiros, no Cultura Artística Itaim, em São Paulo, às 20h.

Até junho, o projeto fará apresentações em São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, com repertório de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Luciano Gallet, Glauco Velasquez, Francisco Braga, Henrique Oswald e Heitor Villa-Lobos.

A pesquisa foi feita pela cravista Rosana Lanzelotte. Todos os repertórios resgatados para os espetáculos serão disponibilizados, gratuitamente, no site http://www.musicabrasilis.org.br/

Chiquinha Gonzaga no Sesc TV

O SescTV exibiu, dia 20/04/11, às 21h (MT), o especial musical inédito Chiquinha em Revista – Um Tributo a Chiquinha Gonzaga. Com direção musical de Gil Assis, o espetáculo apresenta arranjos originais de suas composições, feitas por Gil Assis e Ana Fridman, em versões instrumentais e cantadas por Ná Ozzetti, Suzana Salles, Vange Milliet, Rita Maria e Carlos Careqa.

O especial foi gravado no Sesc Vila Mariana, em novembro de 2010, e tem direção para televisão de Juliana Borges. O programa apresenta alguns de seus sucessos, como Sou Morena; Fogo Foguinho; e Corta-Jaca.

O projeto resultou ainda num CD, de mesmo título, lançado pelo Selo Sesc em 2010. Chiquinha Gonzaga é considerada uma precursora da música popular brasileira.

FONTE

Site Letras

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