sexta-feira, 8 de abril de 2011

Araci de Almeida



Araci Teles de Almeida (19/08/1914 – 20/06/1988), cantora, nasceu e foi criada no subúrbio carioca de Encantado; o pai, Baltasar Teles de Almeida, era chefe de trens da Central do Brasil. Estudou num colégio em Engenho de Dentro, onde foi colega do radialista Alziro Zarur, e passou depois para o Colégio Nacional, no Meyer.

Costumava cantar hinos religiosos na Igreja Batista e, quando conheceu Custódio Mesquita, por intermédio de um amigo, cantou para ele Bom dia, meu amor (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano), conseguindo que aquele compositor a levasse para cantar na Rádio Educadora (depois Tamoio), em 1933.

Já no ano seguinte, gravou para o Carnaval seu primeiro disco, pela Columbia, com a música Em plena folia (Julieta de Oliveira), e, em 1935, assinou seu primeiro contrato com a Rádio Cruzeiro do Sul. Nesse ano, gravou, pela Columbia, Riso de criança (Noel Rosa), de quem se tornaria uma das principais intérpretes.

Transferindo-se para a Victor, participou do coro de diversas gravações, e lançou ainda em 1935, como solista, Triste cuíca (Noel Rosa e Hervé Cordovil), Cansei de pedir, Amor de parceria (ambas de Noel Rosa) e Tenho uma rival (Valfrido Silva).



A partir de então, Araci tornou-se conhecida como intérprete de sambas, músicas carnavalescas e, principalmente, de Noel Rosa, tendo sido apelidada por César Ladeira de O Samba em Pessoa.

Foi casada com um famoso goleiro de futebol (Rei), de quem se separou.

Trabalhou também na Rádio Philips (fazendo dupla com Sílvio Caldas, no Programa Casé), na Cajuti, Mayrink Veiga e Ipanema, excursionando com Carmen Miranda ao Rio Grande do Sul.

Em 1936, foi para a Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, e gravou com sucesso duas músicas de Noel Rosa: Palpite infeliz e O ‘x’ do problema.



No ano seguinte, atuou na Rádio Nacional e destacou-se com os sambas Tenha pena de mim (Ciro de Sousa e Babaú), Eu sei sofrer (Noel Rosa e Vadico) e Último desejo, de Noel Rosa, que faleceu nesse ano. Gravou, em 1938, Século do progresso (Noel Rosa) e Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico), e, em 1939, lançou em disco Chorei quando o dia clareou (Davi Nasser e Nelson Teixeira) e Camisa amarela (Ary Barroso).

Para o Carnaval de 1940, gravou a marcha Passarinho do relógio (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira) e, no ano seguinte, O passo do canguru (dos mesmos autores).

Em 1942, lançou o samba Fez bobagem (Assis Valente), Caramuru (B. Toledo, Santos Rodrigues e Alfeu Pinto), Tem galinha no bonde e A mulher do leiteiro (ambas de Milton de Oliveira e Haroldo Lobo).

Fez sucesso no Carnaval de 1948 com Não me diga adeus (Paquito, Luís Soberano e João Correia da Silva) e, em 1949, gravou João Ninguém (Noel Rosa) e Filosofia (Noel Rosa e André Filho).

Entre 1948 e 1952, trabalhou na boate carioca Vogue, sempre cantando o repertório de Noel Rosa; graças ao sucesso de suas interpretações nessa temporada, lançou pela Continental dois álbuns de 78 rpm com músicas desse compositor: o primeiro deles, lançado em setembro de 1950, continha Conversa de botequim (com Vadico), Feitiço da Vila (com Vadico), O X do problema, Palpite infeliz, Não tem tradução e Último desejo; no segundo, lançado em março de 1951, interpretou Pra que mentir (com Vadico), Silêncio de um minuto, Feitio de oração (com Vadico), Três apitos; Com que roupa? e O orvalho vem caindo (com Kid Pepe).



Mudou-se para São Paulo/SP, em 1950, e viveu durante 12 anos nessa cidade.

Em 1955, trabalhou no filme Carnaval em lá maior, de Ademar Gonzaga, e lançou, pela Continental, um LP de dez polegadas só com músicas de Noel Rosa, no qual foi acompanhada pela orquestra de Vadico, cantando, entre outras, Coisas nossas, Fita amarela e as composições inéditas Meu barracão, Cor de cinza, Voltaste e A melhor do planeta (com Almirante).

Três anos depois, lançou pela Polydor o LP Samba em pessoa.

Em 1962 a RCA, reaproveitando velhas matrizes, editou o disco Chave de ouro.

Em 1964 gravou com a dupla Tonico e Tinoco o cateretê Tô chegando agora (Mário Vieira) e apresentou-se com Sérgio Porto e Billy Blanco na boate Zum-Zum (Rio de Janeiro).

Em 1965 fez vários shows no Rio de Janeiro: Samba pede passagem, no Teatro Opinião, Conversa de botequim, dirigido por Miele e Boscoli, no Crepúsculo, e um espetáculo na boate Le Club com o cantor Murilo de Almeida.

No ano seguinte, a Elenco lançava o disco Samba é Araci de Almeida. Com o cômico Pagano Sobrinho, fez É Proibido Colocar Cartazes, programa de calouros da TV Record, de São Paulo, em 1968.

No ano seguinte, a dupla apresentou-se na boate paulistana Canto Terzo. Ainda em 1969, fez o show Que maravilha!, no Teatro Cacilda Becker, de São Paulo, ao lado de Jorge Ben Jor, Toquinho e Paulinho da Viola.

Participou como jurada do programa de calouros A Buzina do Chacrinha e do programa Sílvio Santos.

Em 1988 saiu o LP póstumo Araci de Almeida ao vivo e à vontade, pela Continental, documentando uma apresentação da cantora no teatro Lira Paulistana em 1980. CDs Orlando Silva, Carmen Barbosa e Araci de Almeida, 1991, Revivendo CD-012; Noel Rosa por Araci de Almeida e Mário Reis, 1992, Revivendo CD 027; Mestres da MPB: Araci de Almeida (2 CDs), 1995, Continental 0630/0776-2.





Silvio Santos e os jurados se emocionam ao conferirem à Aracy de Almeida o Troféu Imprensa de melhor jurada de televisão de 1987.

Na época da premiação, Aracy estava em coma, internada num hospital no Rio de Janeiro. Aracy teve um edema pulmonar. No início, ficou internada em São Paulo, retornando ao Rio de Janeiro para o hospital da SEMEG, na Tijuca. Sílvio Santos a ajudou financeiramente na época em que esteve doente e lhe telefonava todos os dias, às 18 horas, para saber como ela estava.

Depois de dois meses em coma, voltou a lucidez por dois dias, e, num súbito aumento de pressão arterial, faleceu no dia 20 de junho, aos 74 anos.

Disputaram a estatueta com Aracy: Elke Maravilha e Sérgio Mallandro.



A inesquecível Aracy de Almeida em momentos hilários no Show de Calouros de Silvio Santos.



FONTE

Cifrantiga

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