segunda-feira, 14 de março de 2011

Filipe Catto


Filipe Catto é assim: um pouco de tango, um pouco de samba e quanta poesia couber. Apaixonado por música latina e com influências que vão de Chico Buarque e Édith Piaf até PJ Harvey e Elis Regina.

Ao cantar Garçom em uma de suas apresentações ninguém acha engraçado – pelo contrário, a interpretação dramática de suas canções tem conquistado um número cada vez maior de fãs...



A teatralidade somada às composições fortes, com letras sobre vícios, amores exagerados, traição e vingança poderia chegar a ser piegas, mas passa longe disso graças a uma intensidade vocal que surpreende os desavisados.

Filho de pais músicos, sempre incentivado pela família, seu dom musical teve inspiração de sobra para criar-se e se moldar-se livremente num corpo musical, único e autêntico. Contudo, Filipe começou a expor seu trabalho próprio em 2005, em um projeto literário-musical de Porto Alegre chamado Sarau Elétrico.

A primeira música que gravou para distribuir para amigos e conhecidos – no estúdio que ficava em sua casa, presente do pai – foi “Glory Box”, do Portishead, e assim deu início à sua carreira, no boca a boca da web.

Seu primeiro EP, “Saga” – que tem a qualidade de um CD comercial, mas com menos músicas –, tem uma mistura de sonoridades latinas, como samba e tango. Sua música é lírica, dramática e passional, e suas apresentações ao vivo beiram o teatral. “Busquei transformar lamentos melancólicos em dramas. A melancolia é cinza e opaca, enquanto o drama é quente e vibrante”, disse em entrevista ao "Jornal do Brasil".

A comparação de sua voz com a de Ney Matogrosso é óbvia e inevitável, porém verdadeira, com sua afinação e agudos limpos. E é dele a composição de todas as sete letras do disco, com exceção de “Ascendente em Câncer”, feita através de um texto de Fernando Calegari.



Se não fosse pela personalidade forte e as apresentações tão enfáticas, sua música poderia facilmente cair no brega, mas não é o que acontece. Suas letras são de extrema paixão, daquelas de vida ou morte, ame-o ou deixe-o. Como na letra da música “Saga”: “Se eu soubesse que o amor é coisa aguda, que tão brutal percorre início, meio e fim; destrincha a alma, corta fundo na espinha, inebria a garganta, fere a quem quiser ferir”.

Je Ne Regrette Rien


FONTE

Colherada Cultural

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