terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Orquestra de Ribeirão Preto Oferece Curso de Música Erudita


A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto/SP (OSRP)estará cadastrando neste sábado (06/02) a partir das 10h30, no Theatro Pedro II, crianças e adolescentes, de 8 a 18 anos, interessados em participar dos projetos de música erudita oferecidos pela escola.

De acordo com Dulce Neves, vice-presidente da OSRP, “com o cadastro será possível fazer um levantamento de jovens interessados em participar da escola”. A escola de música, que tem como objetivo revelar talentos e formar novos profissionais, deve começar a funcionar no segundo semestre deste ano.



Sobre a Orquestra

A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, uma das principais do país, foi fundada em 22 de Maio de 1938 pelo alemão Marx Bartsch, atualmente é regida pelo maestro Cláudio Cruz.

Dentre os eventos produzidos pela OSRP destacam-se as participações nas montagens das ópera La Traviatta e Rigolleto,de Verdi, e Cavalleria Rusticana,de Mascagni.

Um trio de cordas formado por violinistas da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto recebeu autoridades e convidados que acompanharam a posse e propostas da nova diretoria, que passa a responder pela OSRP.

Representando a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, a secretária de Cultura e membro da diretoria executiva da sinfônica, Adriana Silva, ressaltou, durante a solenidade, a importância da OSRP como produto cultural da cidade.

“Considerada uma das melhores orquestras do país, a OSRP recebe total apoio da prefeitura. É papel do poder público apoiar valores culturais do município e torná-los cada vez mais reconhecidos”, disse Adriana.

“Uma das missões deste conselho é tornar a música erudita acessível à população, descobrir novos talentos e buscar incentivos federais e estaduais para investir neste produto cultural de qualidade indiscutível”, completou.



Eleito o novo presidente, Décio Agostinho Gonzáles, falou sobre o apoio que o OSRP vem recebendo da iniciativa privada que tem contribuído para cobrir o déficit emergencial de R$ 250 mil. “Já conseguimos recuperar R$ 110 mil para acertar salários e benefícios de funcionários e músicos”, informou.

Presidente do conselho deliberativo, João Agnaldo Donizete Gandini, fez um apelo às empresas que se enquadram nas normas da Lei Rouanet, Lei Federal de Incentivo à Cultura, a investirem em arte.

“O Brasil não possui a tradição em investir na música erudita, hábito comum na Europa, mas podemos mudar este cenário. Esta nova diretoria pretende transformar a Cultura e torná-la prioridade. Pretendemos levar a OSRP aos parques, escolas e continuar levando música de qualidade, porém com acesso ampliado”, ressaltou.

Destaque desta nova gestão é levar a OSRP às cidades da região, principais capitais brasileiras, assim como aos bairros, escolas, promover ensaios gratuitos abertos ao público, criar uma escola de música voltada para descoberta de novos talentos e participar do circuito internacional de óperas.

“Aos 72 anos de existência, a Sinfônica de Ribeirão inicia novos projetos culturais e ações que pretendem aproximar a música erudita junto à população, principalmente em locais em que comunidades não têm acesso aos teatros”, enfatizou a vice- presidente Dulce Neves.



Neste contexto, a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto faz sua primeira apresentação em 2011 por meio do projeto “Juventude tem concerto”, que visa formar público para a música clássica através de uma abordagem descontraída, ao estilo de um workshop.

O espetáculo é no próximo domingo, 6 de fevereiro, no Theatro Pedro II, a partir das 10h30. Ingressos são gratuitos, mas devem ser retirados a partir das 9h no local. Os 53 músicos da OSRP, sob regência do maestro Claudio Cruz, vão executar canções eruditas, como a Sinfonia espanhola para violino e orquestra, e trilhas sonoras imortalizadas em filmes, como Stars Wars, Super Man e Theme from E. T.

Durante a apresentação, Cruz vai fazer intervenções com a plateia e abrir espaço para perguntas. Além disso, selecionou solistas jovens para chamar a atenção do público. O “Juventude”, segundo a vice-presidente da orquestra, Dulce Neves, é promovido há 15 anos. “É um projeto de formação de plateia, formatado para jovens conhecerem a música e os instrumentos eruditos”, disse.

Aproveitando a apresentação, a orquestra abri, no domingo, as inscrições de jovens de até 18 anos interessados em estudar de graça na nova escola de música da instituição, a partir do segundo semestre. A iniciativa é considerada um dos principais emblemas da nova gestão da OSRP. “O nosso maior desafio é fazer a escola de música para crianças e adolescentes”, afirmou.

Além disso, Neves acredita que a Sinfônica de Ribeirão precisa elevar para 63 o número de músicos integrantes. “Nosso objetivo é que a orquestra, que está entre as cinco melhores do país, fique entre as três melhores”, afirmou.


*Solista de violino - Mariya Krastanova

CURIOSIDADES

* Max Bartsch

Max Bartsch nasceu em Nuremberg, Alemanha, em 9 de abril de 1888. Seus pais e irmãos vieram para o Brasil nos anos 1910 (menos o irmão Otto, que ficou na Alemanha e morreu na I Guerra Mundial em 1914). A família morou em uma fazenda em Jardinópolis e em 1914 transferiu-se para Ribeirão Preto/SP.

Max herdara a profissão de jardineiro do pai e em 1920 é contratado pela Prefeitura. Enquanto trabalhou como jardineiro morou numa casa do Horto Municipal. Foi ele quem plantou as palmeiras das praças da Bandeira (também conhecida como praça da Catedral), XV de Novembro e Schimidt, o gramado do estádio do Comercial, e fez o nivelamento do terreno do estádio do Botafogo na Vila Tibério.

Ao executar esse último trabalho, Max foi convidado para trabalhar como funcionário na Cervejaria Antarctica, também na Vila Tibério, e que contava com outros funcionários alemães, especialmente os cervejeiros. Demite-se então da prefeitura e parte para fazer carreira na empresa, até chegar ao cargo de gerente, que exerceu por 12 anos.

Por volta de 1920, sua família se muda para Taubaté, mas Max permanece em Ribeirão Preto e se casa com Emilia Engracia em 1922. O casal dirigiu e participou de várias instituições filantrópicas, culturais e sociais na cidade. Max Bartsch chegou a ser nomeado presidente honorário do Botafogo F.C..

Por seu intermédio, a Cia. Antarctica doou à Prefeitura Municipal o terreno para a construção do Palácio Postal, atual agência central dos Correios, na esquina entre as ruas Florêncio de Abreu e Álvares Cabral. Esse terreno ficava ao lado do Cassino Antarctica, onde hoje está a agência central do Santander/Banespa, o Banespão.

Desde jovem, na Alemanha, Max Bartsch já estudava música. Tocava violão e violino, mas preferia a cítara. Por volta de 1928 criou o Quinteto Max, com Camilo Mércio Xavier, Francisco de Biase, Artur Marsicano e Ranieri Maggiori.

O grupo se reunia na casa de José Cláudio Lousada, um pioneiro do rádio em Ribeirão Preto, e participava freqüentemente das irradiações do Radio Club de Ribeirão Preto (P.R.A. – 7), do qual Max também se tornaria presidente anos mais tarde.

Apesar de o conjunto continuar se chamando Quinteto, mais músicos também participavam dele: Dario Guedes, Carlos Nardelli, Meira Junior, Romano Barreto, Pedro e Antorio Giammarusti, Russomano, Zezé Gumerato, Manoel Silva (Maneco), Honorato de Lucca e outros. Na década de 1930, Max também liderou o Jazz Band Cassino Antarctica, com cerca de dez músicos, que se apresentava neste cassino.

Em 1938 é fundada a Sociedade Musical de Ribeirão Preto, que tinha como objetivo organizar concertos sinfônicos. Esse foi o início da Orquestra Sinfônica, uma das mais antigas do país – segundo a Enciclopédia da Musica Brasileira (Publifolha/Art Editorial, 1998 - p. 859), a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto seria a 3ª mais antiga, mas nada consta sobre ela nesta obra.

Max foi o seu primeiro presidente. Porém, antes da fundação da atual orquestra, os músicos locais já organizavam concertos sinfônicos.

Em 1939, aos 51 anos, Max recebe o título de Cidadão Benemérito da cidade e o seu aniversário é comemorado com muita pompa e várias homenagens.

Max faleceu em 1970 em Ribeiro Preto (ele nunca perdeu o sotaque germânico).



* Cláudio Cruz

Cláudio Cruz é maestro e violinista brasileiro.

Iniciou seus estudos músicais com o pai, o luthier João Cruz, continuando-os com Erinch Lehninger e Maria Vishnia, e ainda frequentou cursos dados por Joseph Gingold, Chaim Taub e Kenneth Goldsmith.

Sua estréia na Europa foi em 1991, sendo solista da Kammerorchester Berlin, em concerto na grande sala do Schauspielhaus (atual Konzerthaus), quando o jornal Berliner Morgenpost o aclamou como "grande intérprete de Mozart".

Já se apresentou em diversos países, como: França, Itália, Alemanha, Áustria, Hungria, Croácia, Uruguai, Argentina, Chile, França e Estados Unidos.

Sendo primeiro violino do Quarteto Amazônia e spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, foi durando dez anos diretor musical da Orquesta de Câmera Villa-Lobos, onde gravou discos com compositores nacionais.

Como regente, já esteve à frente de muitas orquestra brasileiras, como: Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra de Câmara da OSESP ( onde foi regente nas temporadas de 2003 a 2004 ), Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, Orquestra Sinfônica Nacional do Rio de Janeiro, Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Sinfônica de Curitiba, Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas( onde foi regente titular nos anos de 2003 a 2005 ), Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto ( Onde é o regente títular atualmente ); e as internacionais: Symphony of the Americas ( Flórida ), a Metrópole Orkest (Holanda), Orquestra de Câmera de Osaka ( Japão ), Orquestra Sinfõnica de Avignon ( França ), entre outras.

É regente titular da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. Foi vencedor de diversos concursos no Brasil e foi também premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte APCA em 1985 e 1997, Prêmio Carlos Gomes e o Grammy Latino 2002.

Em 2010 comemora os 20 anos como spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

FONTE

Ribeirão Preto online

Revista Lazer

Wikipédia

Gafieiras a Música no Brasil

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