quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Angela Maria


A cantora Angela Maria participou da última edição da Noite da Seresta em 2010 (09/12/2010). O evento promovido pela Fundação Municipal de Cultura (Fundac) aconteceu na Concha Acústica Família Espíndola, na praça do Rádio Clube, no centro de Campo Grande/MS (gratuitamente), com apresentação de seresteiros da Capital. Apesar de ter gravado muitos tangos, boleros, baladas, músicas italianas e espanholas foram através dos sambas-canções que conquistou o seu espaço.

Noite da Seresta é um projeto da Prefeitura Municipal de Campo Grande/MS realizado por meio da Fundação Municipal de Cultura (Fundac). Ao longo do ano de 2010, a Fundac trouxe diversos artistas de renome nacional, como Almir Guineto, Altemar Dutra Júnior e Os Incríveis.

Com mais de 60 anos de carreira, Ângela Maria encantou o público, com vários sucessos que coleciona ao longo da carreira, como: “Não tenho você”, “Babalu”, “Cinderela”, “Moça bonita”, “Vá, mas volte”, “Garota solitária”, “Falhaste coração”, “Canto paraguaio”, “A noite e a despedida”, “Gente humilde”, “Lábios de mel”, entre outros.

Angela Maria contabiliza 114 discos gravados, tornando-se uma recordista mundial brasileira. Ela que começou a frequentar programas de calouros nas rádios brasileiras, antes dos 20 anos, foi considerada a cantora mais popular do Brasil na década de 50, conhecida como a Rainha do Rádio por sua legião de fãs e por ganhar um dos principais concursos de rádio no período de quatro anos seguidos (entre 52 e 56).

Getúlio Vargas, certa vez lhe disse: "Menina, você tem a voz doce e a cor do sapoti". O apelido pegou. A “sapoti”, que nasceu Abelim Maria, começou cantando no coro da igreja do bairro do Estácio, no Rio de Janeiro.


Ângela Maria, nome artístico de Abelim Maria da Cunha (Conceição de Macabu, 13 de maio de 1928) é uma cantora brasileira. Filha de pastor protestante, passou a infância nas cidades fluminenses de Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti; e desde menina cantava em coro de igrejas. Foi operária tecelã, mas sonhava com o radio, embora a família – por princípios religiosos – fosse contra a carreira artística.

Por volta de 1947, começou a frequentar programas de calouros. Apresentou-se no Pescando Estrelas, de Arnaldo Amaral, na Radio Clube do Brasil (hoje Mundial), na Hora do Pato, de Jorge Curi, na Radio Nacional, e no programa de calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi. Usando o nome de Ângela Maria, para não ser descoberta pela família, participou também do Trem da Alegria, dirigido pelo "Trio de Osso" (os magérrimos Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli), na Radio Nacional. Sua voz foi se tornando conhecida dos ouvintes, o que dificultou sua participação, pois não era mais caloura.

Nessa época, era inspetora de lâmpadas numa fabrica da General Eletric e, decidindo tentar realmente a carreira de cantora, abandonou a família e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso. Em 1948, foi convidada a apresentar-se na Rádio Mayrink Veiga; e conseguiu lançar-se como crooner no Dancing Avenida. Em sua noite de estreia, cantou Olhos verdes, de Herivelto Martins e Benedito Lacerda.


No Dancing, foi ouvida pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho, que a apresentaram a Gilberto Martins, diretor da Radio Mayrink Veiga. Feito o teste, começou carreira na emissora, interpretando musicas de Othon Russo e Ciro Monteiro, compositores que a ajudaram a criar um repertório pessoal, abandonando a influência de Dalva de Oliveira.

Adotou o nome de Ângela Maria para não ser identificada pela família. Como ganhava todos os concursos, foi cantar no famoso Dancing Avenida e depois na Rádio Mayrink Veiga.


Firmando-se a partir de 1950 como intérprete. Em 1951 estreou em disco com Sou feliz (Augusto Mesquita e Ari Monteiro) e Quando alguém vai embora (Ciro Monteiro e Dias Cruz), na Victor. Em 1952, sua gravação do samba Não tenho você (Paulo Marques e Ari Monteiro) bateu recordes de venda, marcando o primeiro grande sucesso de sua carreira.


Durante a década de 1950, atuou intensamente no rádio, apresentando-se na Radio Nacional, nos programas de César de Alencar e Manuel Barcelos, e na Rádio Mayrink Veiga, como a estrela de A Princesa Canta, nome derivado de seu titulo de Princesa do Radio, um dos muitos que recebeu em sua carreira.

Em 1951 gravou o primeiro disco. Veio assim o sucesso que sempre a acompanhou. Atuou em cinema, no longa-metragem Portugal, Minha Saudade (1973).

Ângela Maria consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção (surgido na década de 30), ao lado de Maysa, Altemar Dutra, Nora Ney e Dolores Duran.

Gravou dezenas de sucessos, como: Não Tenho Você, Babalu, Cinderela, Moça Bonita, Vá, mas Volte, Garota Solitária, Falhaste coração, Canto paraguaio, A noite e a despedida, Gente humilde, Lábios de mel, entre outras.


Em 1954, em concurso popular, tornou-se a Rainha do Radio, e no mesmo ano estreou no cinema, participando do filme Rua sem sol, de Alex Viany.

Apelidada Sapoti pelo presidente Getúlio Vargas, tornou-se a cantora mais popular do Brasil durante a década de 1950, alcançando os maiores êxitos com os sambas-canções Fósforo queimado (Paulo Marques, Milton Legey e Roberto Lamego), Vida de bailarina (Américo Seixas e Chocolate), Orgulho (Valdir Rocha e Nelson Wederkind), Ave Maria no morro (Herivelto Martins) e Lábios de mel (João Vilaça Júnior e Nage), alem da canção afro-cubana Babalu (Margarita Lecuona).

Voltando a gravar na RCA Victor em fins da década de 1950, em 1963.

Angela Maria - Escuta (1955)

Ângela Maria interpreta "Escuta", canção composta por Ivon Curi, no filme "O Rei do Movimento", em 1955, dirigido por Victor Lima.

Angela Maria 1957 "Pretexto"

Angela Maria canta "Pretexto", de H da Silva e Augusto Mesquita, em trecho do filme "Rio Zona Norte" dirigido por Nelson Pereira dos Santos, em 1957, e estrelado por Grande Otelo

Angela Maria viajou para Portugal e África, cantando para soldados portugueses que então lutavam nas colônias. Um de seus grandes êxitos na segunda metade da década de 1960 foi a canção Gente humilde (Garoto, Chico Buarque e Vinícius de Moraes).

Angela Mariam fez diversas turnês pela Europa, Estados unidos, América Central e África

Em 1970, a cantora Ângela Maria recebeu o Troféu Roquete Pinto de Melhor Cantora.

Em 1975, com 25 anos de uma carreira de muitos sucessos, preferia apresentar-se em clubes do interior ou em churrascarias das grandes cidades, ambientes onde, ao contrario da televisão e das boates sofisticadas, sentia mais de perto a reação do povo.

Em 1979, com João da Baiana, participou do documentário Maxixe, a dança perdida, de Alex Viany.

 Ângela Maria - "Inspiração"

O especial de Ângela Maria dentro da série "Grandes Nomes" foi ao ar pela TV Globo em 02/05/80. O programa, que era também uma homenagem ao centésimo disco da cantora, começou com este número, "Inspiração", que Ângela gravou em 1956. "Abelim Maria da Cunha" teve direção de Daniel Filho.


Em 81 faz a sua primeira gravação ao lado de Cauby Peixoto, uma parceria que funcionou tão bem que no ano seguinte gravaram juntos o LP Ângela e Cauby proporcionando a dupla uma série de shows por todo o Brasil.


Em 1982 foi lançado o LP Odeon com Ângela Maria e Cauby Peixoto, primeiro encontro em disco dos dois intérpretes. 

Em 1992 apresentou-se com Cauby no show Canta Brasil, com grande sucesso de publico, sendo lançado em disco Ângela e Cauby ao vivo (RCA/BMG, 1992).


Em 1996, foi contratada pela gravadora Sony Music e lançou o CD Amigos, com a participação de vários artistas como Roberto Carlos, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Chico Buarque, entre outros. O trabalho foi um sucesso, celebrado num espetáculo no Metropolitan, atual Claro Hall (Rio de Janeiro), e um especial na Rede Globo.

O disco vendeu mais de 500 mil cópias; e no ano seguinte, um tributo a Dalva de Oliveira, sua primeira inspiração Pela Saudade Que Me Invade, e em 99, depois de 20 anos volta a gravar com Agnaldo Timóteo Sempre Sucesso.


Foi uma fase muito feliz da carreira da cantora que, no ano seguinte, apresentou o álbum Pela Saudade que Me Invade, com sucessos de Dalva de Oliveira, e um ano depois gravou, com Agnaldo Timóteo, o CD Só Sucessos, também na lista dos cem álbuns nacionais mais vendidos. Após a saída da Sony, Ângela voltou a gravar em 2003, desta vez pela Lua Discos, o Disco de Ouro, com um viés eclético, abrangendo compositores que vão de Djavan a Dolores Duran.

Angela Maria 1957 "Mentindo"

Angela Maria, canta no filme "Rio Fantasia" de 1957, direção de Watson Macedo

Em 2009, Ângela Maria ganhou um coletânea para comemorar os 80 anos de vida com músicas pouco conhecidas em sua voz, como Marina e Atrás da Porta.

Você Sabia?

*Em homenagem Dalva de Oliveira, quem inspirou seus primeiros passos na música, Ângela Maria gravou em 1997 um CD totalmente dedicado a ela.





FONTE

letras.com - biografia/angela-maria

Noite da Seresta/MS 2010

MPB- net

Angela Maria

2 comentários:

.....So nao vai quem ja morreu disse...

E uma diva ,preciosa da nossa cultura musical,Lamento com tanto q fez e continua fazendo pelo bom gosto de uma mpb,nao estar sempre presente na midia.O Brasil precisa acordar e dar valor a quem mereçe,e nao essas pobrezas que vemos na musica e tv;que faz de qualquer um ,sem talento algum um super idolos,de um dia para o outro.Gostaria entretanto que pelo ou menos divulgassem e criassem mais dvds dessa maravilhosa,com tb de dalva de oliveira entre tantas celebridades do passado,mas que deveriam ser perpetuadas atraves de novos e bons interpretes da nossa mpb. .

Elizabeth disse...

Realmente... nós perdemos muito por não ter acesso "a antigas produções musicais", sejam estas originais ou renascidas na voz de novos e bons interpretes, como vc disse.

Pelo que tenho observado tirar do sonho ou mesmo do papel um projeto de "perpetuação", da memória musical não é muito fácil...

Mesmo com todos os esforços de familiares, amigos e afins as barreiras as novas produções ainda são muitas o que leva alguns projetos várias vezes p'ra gaveta até serem, esquecidos ou até que por fim encontre outro apaixonado para executá-lo.

A música é uma linguagem que faz sentido "a tempo e a fora de tempo", assim em meu Blog procuro de algum modo compartilhar um pouco da vida e obra de pessoas ligadas a música.

Eis minha contribuição, pequena, mas pra mim, gratificante...