sexta-feira, 13 de junho de 2008

Célia


Detentora de uma ativa carreira iniciada no ano de 1970 no programa de Flávio Cavalcanti "Um Instante Maestro!" e consolidada através de uma discografia de mais de uma dezena de trabalhos e de uma constante presença na noite musical paulistana a partir dos anos 80, Célia apresentou em 2007 seu novo disco Faço no tempo soar minha sílaba, em parceria com o violonista Dino Barioni, um repertório apurado e de arranjos de caráter camerístico, daqueles que se ouve com minúcia e curiosidade.


Célia nasceu em 08/09/1947 na cidade de São Paulo-SP. Aos 13 anos começou a se interessar por música. Estudou violão clássico e popular, harmonia, teoria e composição. Incentivada por diversos amigos, decidiu dedicar-se ao canto.

Em 1970, foi lançada no programa Um Instante Maestro, de Flávio Cavalcanti, obtendo grande êxito. Tanto que em 1971 já gravava seu primeiro LP na Continental, Célia, celebrado com vários prêmios. No ano seguinte, gravou novo disco, com canções como Detalhes e A hora é essa (ambas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos) e a partir de então participou de alguns festivais da canção na Venezuela e no Uruguai.


Em 1975, lançou seu terceiro LP, com Camisa amarela (Ary Barroso), Onde estão os tamborins (Pedro Caetano) e Não há porque (Ivan Lins e Vitor Martins). Em 77 gravou o quarto LP, dedicado a renomados autores de samba, e estreou o show Por um Beijo, no Teatro Pixinguinha (SP), ficando em cartaz por seis meses.

Em 1979, excursionou pelo Brasil com o projeto Pixinguinha, ao lado de Paulo Moura. Nos anos seguintes, continuou fazendo shows em teatros e boates para seu público cativo - especialmente em São Paulo, sua cidade natal -, tais como Toda Delícia (80), Fogo, Por Favor (82), Força (83) - este ao lado de Rosa Maria e Miriam Batucada -, Vento Bravo (84), A Louca do Bordel (91), entre outros.



Nos anos 80 lançou mais dois discos. Depois, só voltaria aos estúdios em 1993, com Louca de Saudade.

Em 95, estrelou o show Os Gordos Também Amam em dupla com o empresário e dublê de cantor José Maurício Machline.


No ano seguinte, comemorou 25 anos de carreira com o show Célia e Banda Son Caribe, no Espaço Vinicius de Moraes (SP), com repertório de salsas, mambos e merengues. Em 98, realizou o show Ame em dupla com o cantor Zé Luiz Mazziotti no Tom Brasil, cantando clássicos da MPB.


Ao lado do mesmo Zé Luiz, gravou em 2000 o CD Pra Fugir da Saudade (Jam), dedicado aos sambas de Paulinho da Viola.

Com sua voz doce, Célia arrasou no disco-tributo a Paulinho da Viola lançado em 2001, ao lado do afinadíssimo Zé Luiz Mazzioti. No Sesc Pompéia, em apresentação única.


Seu novo disco Faço no tempo soar minha sílaba, em parceria com o violonista Dino Barioni, um repertório apurado e de arranjos de caráter camerístico, daqueles que se ouve com minúcia e curiosidade.

Releituras de músicas pouco conhecidas de nomes consagrados de diversas épocas, compõe a diversidade da seleção, que começa com Muito romântico, de Caetano Veloso, Cabaré, de João Bosco e Aldir Blanc, passando pelo samba Pressentimento, de Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho e Disritmia, de Martinho da Vila, além da canção de Lamartine Babo, performada como um choro cantado, Serra da Boa Esperança, entre outras faixas.


Algumas peculiaridades em certas faixas valem a audição do CD: a delicadeza pouco revelada de Luiz Gonzaga, em parceria com José Ramos, na valsa Dúvida, mostra Dino com seu violão seresteiro acompanhado pelo acordeon de Dominguinhos, assim como uma graciosa versão do calypso Geraldinos e Arquibaldos, composta por Gonzaguinha em 1975 para seu disco Plano de vôo.

Desperta a atenção também a cumplicidade voz e violões no cancioneiro de Chico Buarque representado no disco pelas faixas Minha história (Gesubambino), entoada com violões de cordas de aço, Sem açúcar, aqui com um arranjo valsante sincopado, em compasso composto e, finalmente, no Tango de Nancy, parceria com Edu Lobo da peça "O Corsário do Rei", onde o Célia desenvolve o tema do fatídico depoimento contido na canção ao longo de uma enérgica harmonia inspirada em Astor Piazzolla, proposta pelo violonista Dino.

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